terça-feira, 2 de julho de 2013

Eivada de preconceitos, a elitização do ensino acontece



Às vezes me indago: qual o lugar do trabalhador nas universidades públicas? Pergunto-me o porque da pequena quantidade de cursos ofertados fora do horário laboral diurno (mais comum da maioria dos postos de trabalho). Vejo a elitização do ensino, mesmo que involuntária, causada pela inércia de iniciativas de abertura de novas vagas em horários diferenciados.
Para o trabalhador, em sua maioria, resta estudar no ensino privado ou em cursos “renegados”, “marginalizados”, e esquecidos pelos investimentos em educação. Já que por coincidência, esses cursos lembram-se da existência dos trabalhadores.
Eu penso que a exclusão do trabalhador dos processos acadêmicos, gera um grande mal e uma distorção social acerca da importância dada a experiência advinda deste indivíduo. Acredito que a comunhão de alunos com experiências laborais aliados àqueles que não as tem, é muito produtiva no processo de construção do conhecimento. Não vejo porque dificultar ou podar a atuação de quaisquer pessoas no âmbito acadêmico.
Existe um dito popularizado na universidade: “Ou trabalha, ou estuda!” Uma grande falácia no sentido de que não se pode avaliar a capacidade de alguém a partir de um preconceito. Esse preceito rege forças contra a formação completa do indivíduo no âmbito, da pesquisa e extensão. Retraindo assim, a ação do trabalhador, apenas ao ensino. Logo, como pode o trabalhador desenvolver-se e emancipar-se de suas atribuições laborais se todas as oportunidades lhe são fechadas? Outra indagação confere que, como um terceiro pode aferir a capacidade de outrem? Para mim o pensamento que vige, parte de pressupostos preconceituosos e elitizantes; eivados de erro, que prejudicam a experiência do trabalhador na universidade.
Em nosso país, algumas universidades até que possuem cursos noturnos, bolsas de auxílio, etc., mas ainda carece em levar em consideração especificamente aqueles que trabalham; porque isso é uma realidade cada vez mais corrente em nos cursos superiores.
Entendo que com todos os conceitos e preconceitos que um trabalhador enfrenta, eu acredito que se um trabalhador busca aperfeiçoamento em uma formação superior, e com isso, busca engajar-se na busca pelo conhecimento, penso que este deve ser ajudado, e não expurgado dos processos educacionais.
Portando, a máscara elitista e elitizante tem que deixar de existir, para que todas as barreiras impostas não só aos trabalhadores, mas todos aqueles que não conseguem exercer por completo seus direitos, devem cair. Uma pessoa não pode ser taxada baseada em preconceitos e muito menos tolida do direito a busca pelo conhecimento. Todos devem ter as mesmas oportunidades de aprendizado. Porque se a igualdade é um dos princípios que regem nossas sociedade, ela deve de fato acontecer, e não ser deixada de lado em nenhum momento!

Nenhum comentário:

Postar um comentário