sexta-feira, 5 de julho de 2013

Violência em protestos





A violência segundo o Wikipedia, "[...] é um comportamento que causa intencionalmente dano ou intimidação moral a outra pessoa ou ser vivo. Tal comportamento pode invadir a autonomia, integridade física ou psicológica e até mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim; que significa aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa.
Assim, a violência diferencia-se de força, palavras que costuma estar próximas na língua e pensamento quotidiano. Enquanto que força designa, em sua acepção filosófica, a energia ou "firmeza" de algo, a violência caracteriza-se pela ação corrupta, impaciente e baseada na ira, que convence ou busca convencer o outro, simplesmente o agride."
Nesta última semana todos os capixabas presenciaram atos de violência durante manifestações no Espírito Santo. A realidade é muito pior do que se pensava. As instituições de segurança enfrentam grandes dificuldades operacionais. O que se reflete em ações temerárias. Já a população enfrenta a inserção de camadas populares marginalizadas e que convivem com um grau de violência altíssimo. Este embate só pode gerar problemas.
As manifestações são totalmente legítimas, porém o status quo de nosso estado não comporta movimentos de reação contra a ordem vigente. Tornando-se inaceitável qualquer tipo de questionamento contra qualquer ato governamental. Essa atitude é uma cultura construída em nosso estado desde muitos anos e que sempre esteve escondida, velada, e guardada para momentos como o que se está passando atualmente no Espírito Santo.
Os movimentos estão sendo compostos por muitas pessoas que nunca antes se manifestaram, ou em qualquer momento externaram para a nação sua indignação acerca de suas condições de vida. Enxergo uma grande revolta de algumas partes para com qualquer patrimônio existente. Enxergo uma luta apenas para mostrar sua total indignação com a ordem em que vivem, sem estrutura, saneamento, etc. Porém meu foco não é nessas pessoas, mas nos objetivos das manifestações e nas reações governamentais. Esses objetivos visam pontos importantes de nossa nação, como liberdade de expressão, mobilidade urbana, questionamento de leis absurdas, etc.; isso ocasionou, uma grande adesão, devido ao momento de exposição internacional e a Copa das Confederações, um sentimento patriota nunca visto antes (impulsionado pelas grandes mídias), até um pouco deturpado por muitos manifestantes (aproximando-se do nazismo e fascismo).
No entanto o Estado não poderia ficar inerte à baderna, ao vandalismo, à luta por direitos! Ele reagiu, inicialmente e desastrosamente em São Paulo, depois no Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Vitória, e outras capitais pelo Brasil. O desastre da segurança pública ficou evidente devido aos atos extremamente violentos por parte das forças policiais e pela sua precariedade de fornecer segurança. Ficou mais evidente ainda porque enquanto se combatia os manifestantes, as cidades ficavam expostas a todo tipo de banditismo, como saques, arrastões, e tantos outros crimes e tentativas de crimes durante os embates. Transformando quase em um caos, os dias em que havia protestos.
A precariedade da segurança pública não se reflete somente nos números de policiais, mas na sua preparação para atuar em situações de crises políticas e inclusive de defender os cidadãos. Fugiu-se sua função de proteger a cidadania, confundindo-se com conceitos antigos, mas pelo jeito ainda não esquecidos pelos governantes brasileiros.
As policiais e bombeiros brasileiros estão totalmente defasados em sua organização e em suas funções sociais. São caracterizados como militares estaduais e forças auxiliares do exército em caso de guerra. Uma aberração nos tempos atuais e em um país dito pacífico. Os agentes de segurança pública estão sujeitos a códigos opressores e deprimentes, a treinamentos humilhantes e condições de trabalho desgastantes. Horas extras trabalhadas e não recebidas, viagens à serviço sem recebimento de diárias, fora os direitos civis que são tolidos e a proibição de sindicalização.
Isso tudo não justifica a violência por parte dos agentes de segurança, porém justifica treinamentos e seleções que visem aumentar o nível de violência entre esses agentes. A violação dos direitos humanos e desrespeito por parte das autoridades governamentais para com os agentes é enorme, o que resulta em ações desastrosas e temerárias.
As forças militares são a maior massa de manobra que existem pelos estados, e os governantes não querem abrir mão de sua força. Pois quem tem força consegue garantir seu espaço de Poder.
Só quem sofre com tudo isso é a população em geral, que aparenta viver numa Ditadura disfarçada. Porque enquanto estamos todos quietos, não sofremos nenhuma violência ou sanções, mas a partir do momento que se é questionado qualquer ato governamental, acontece a “pancadaria”. Após mais de 20 anos do término de uma Ditadura, e não de uma revolução como muitos dizem, parece que o ranço do que tinha de pior continua a se perpetuar pelo seio governamental, independente de ser de direita ou de esquerda.
Tento ser o mais imparcial possível nesse breve comentário, mas é difícil ver o excesso de violência e permanecer inerte. Eu tomo partido da paz, e não da “pacificação”, tomo partido dos direitos sociais para todos contra a coerção estatal, e não consigo ficar cego aos fatos que se seguem e aos comentários que se ouvem por todos os lados. Nosso país evoluiu historicamente e não pode retroceder aos comandos de uma elite decadente!


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