sábado, 7 de setembro de 2013

Independência... Cadê?

Queria escrever sobre independência, mas não consigo! Só me vem palavras vazias e sem força. Sinto-me deprimido em escrever sobre nossa nação. Na verdade, até envergonhado. Envergonha-me muito as pessoas não questionarem sua própria realidade. Como ser independente se não conseguimos nos libertar de nossa própria alienação?

Historicamente, nossa independência não foi conquistada com lutas, armadas ideológicas, etc. Ela simplesmente aconteceu por conveniência. Nosso país é o país das adaptações. Ele pode até mudar de forma, mas quem realmente detém o poder são os mesmos. Mas como se libertar disso?

Somos dependentes de tudo. Dependentes principalmente de alguém nos dizer como agir e como pensar. Somos uma sociedade anencéfala. Somos tolidos de todas as formas. Somos um povo sem instrução, sem educação, totalmente alienado pela realidade. Salvo por raras exceções, sofremos uma lobotomização desdes nossas infâncias. Devemos ser padronizados, devemos ser disciplinados, devemos obedecer, não perguntar porquê.

Segundo Kant, posso dizer que o brasileiro comum vive sob um julgo de uma ideia dominante, por mais que uma pessoa pense que está liberta desse vínculo, não está! A maioria dos brasileiros ao menos questiona o que acontece consigo mesmo, nem mesmo pensa suas ações. Só aceita e obedece. Oras, ordem e progresso. Por aí caminha a humanidade. Não sei de qual planeta.

Mill, fala de uma sociedade na qual os seres humanos devem buscar o maior prazer possível em detrimento de evitar as dores. Mas impossível fazer isso em nosso país. Somos dependentes e explorados a todo tempo. Como sermos felizes assim? Como nos tornamos independentes? Uma incoerência eu falar sem traçar sugestões.

Realmente, o problema de nosso país está acima de termos melhores professores, melhores médicos, melhores políticos. Nosso país nunca passou por uma revolução social verdadeira. Ou sobrevivemos ou a ordem ou o progresso nos atropela. As elites seculares do Brasil nunca foram subjugadas nem ao menos cobradas por seus atentados à humanidade, desde a escravidão aos baixos salários cobrados atualmente.

Contudo, ainda há aqueles que buscam se libertar, independentemente da visão política, eu os apóio. Nossas pessoas precisam exercer sua autonomia dentro de suas possibilidades. Nossas instituições são arcaicas, nossos políticos são corruptos para além do comum encontrado em qualquer democracia, e as ideias de popularizar a justiça social é reprimida.

Hoje deveria ser um dia de reflexão sobre qual independência queremos para nós mesmos, um amigo meu em um texto disso isso. Disse que a revolução começa por nós mesmos. E não é uma revolução como os mais simples pensam: uma guerra civil. Longe disso! Essa revolução é pacífica e introspectiva. Hoje é o dia que devemos pensar em nossa liberdade de pensar, liberdade de se desenvolver, liberdade de exercer a autonomia própria de cada um.

Entendo que meu desabafo acaba sendo um esboço rasteiro da questão, mas em um dia que seria para nos lembrarmos e nos orgulharmos de nosso processo emancipatório, só me lembro de conchavos, acordos, massacres, etc. E o pior, constato que nosso país continua um país desordenado e sem progresso, como se o positivismo levasse à alguma coisa. Antes de nos libertamos, antes de nos tornarmos independentes, devemos começar pela simples pergunta: POR QUE?

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