Em um mundo no qual o acesso à informação é praticamente
livre, existe uma grande falta de conhecimento da realidade vigente. Existe um
fluxo enorme de informações para todos, contudo muitas pessoas não conseguem
construir sequer um mínimo de conhecimento corretamente. Isto é, acessam à
muitas páginas eletrônicas, revistas, livros, referências, entretanto não conseguem
se apropriar da realidade para produzir conhecimento.
A internet e as grandes mídias, com seu poder, deveriam ser
meios para auxiliar as pessoas à entenderem suas realidades, no entanto, o que
ocorre é o contrário. Eu vejo uma grande publicação de informações superficiais
(quando são publicadas) e grande parte das vezes, de forma parcial e até
manipulada. Então como selecionar o que acessar para se construir um
conhecimento de fato?
Muitos dirão para buscar o conhecimento nos livros. Resposta
fácil. Mas quais livros? E onde eles estão? Já que nem todas as bibliotecas
estão munidas de exemplares de áreas de conhecimento variadas; às vezes não
possuem nem os livros básicos das culturas locais. E outrora pensa-se nas
livrarias, estas muito menos possuem os livros para vender, e o pior, muitos
livros bons nem são traduzidos para as línguas nativas.
Enxergo que a superficialidade das relações das pessoas com
o conhecimento somente reflete a necessidade dos indivíduos na busca dele. O mundo,
tempos antigos, já controlou o fluxo de conhecimento, vedando expressamente o
que poderia ser informado e publicado, ou não. Contudo no momento histórico
atual, vê-se o contrário. As possibilidades são infinitas praticamente, porém o
problema não foi sanado, porque agora a desinformação ocorre pelo o excesso da
mesma.
Então, criando superficialidade informacional, aliada à precariedade
educacional e de suas relações com o conhecimento, possibilita-se um ambiente
próprio à manipulação de massas. Tudo que qualquer governo gostaria de ter, um
povo obediente e desinformado, alienado, despolitizado e sem instrução.
Não pense que isso só ocorre nos países ditos
subdesenvolvidos, ou em desenvolvimento. Nos desenvolvidos, se é que podemos
dizer isso, também sofre com a desinformação geral. O desenvolvimento tecnológico
não condiz com o grau de informação de um povo. Mas entendo que o reflexo do
conhecimento de um povo se reflete em suas lutas sociais, suas opiniões e suas
posturas quanto à realidade que o cerca. E essa é a diferença entre países
politizados e não politizados. A politização vem das experiências cotidianas. As
pessoas, contudo, para isso devem ter algum momento para se politizarem. As pessoas
são massacradas o tempo todo. Quer seja trabalhando incessantemente, quer seja
alienando-se na internet. Mas o indivíduo não deve esmorecer, o conhecimento é
a liberdade do ser humano. Sem ele não é possível construir uma realidade
consciente, e sim apenas, seguir o fluxo de ordens que nos são impostas a todo
tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário